sábado, 15 de setembro de 2012

Sem pressa, por favor.

      Ela pingava rápido. Graças a sua velocidade, não pingava, escorria rápido daquela tela laranja que cobria a escuna, escorria rápido de encontro com o chão. Pare, pare de escorrer tão rápido, pra que essa pressa? Tudo o que menos precisamos agora é pressa. Não percebe que a água já está no fim? Que uma hora ela ira acabar, e estará num ônibus voltando para São Paulo?
       Tudo o que eu queria naquela hora, é que ela parasse. Parasse naquele mesmo segundo. E se pudesse viver tudo de novo. Que pudessemos sentar todos juntos, e esperar o sol abrir, com um sorriso nos olhos. Mas aquela água não me entendia, não parava de escorrer, com aquela pressa compreensiva. 
        Tudo se baseava em questão de segundos. Não podia, não podia acabar. Por favor, por favor, alguém fala pra ela parar de escorrer, alguém diz, que não podemos ter pressa agora. 




(Tema: Paraty)

Um comentário:

  1. Olá Yasmin!

    O tema é interessante, mas creio que você poderia ter caracterizado um pouco mais a situação narrada (que acabou ficando um pouco subjetiva demais) para que sua percepção ganhasse sentido. Bom trabalho!

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