terça-feira, 11 de setembro de 2012

Segunda porta a direita.

      Era uma vez um lugar. No final do corredor, segunda porta a direita. Parabéns! Você chegou. Era uma vez um quarto, só um quarto.
      Ao lado da janela, sempre ao lado da janela. Subindo por uma escada, você chegava lá, ao portador de sonhos, aquele que te acolhe de noite, conhecido por mentes inferiores como cama, mas não, não é só uma cama. De uma madeira clara, agora completamente coberto de adesivos. No outro extremo dela, um escorredador, que fazia todos os sonhos que você tinha lá em cima, descerem de leve com você.
       Em baixo de tudo, eles descansavam. Descansavam das inúmeras festas e folias, que faziam quando eu não estava, não sei porque nunca fizeram na minha frente, será que achavam que eu ficaria zangada? Diria que bichinhos de pelúcia não podiam ficar acordados até tarde? Bom, se achavam, estavam enganados, pois toda vez que eu abria aquela porta, a direita, no final do corredor, sonhava que pegassem eles nos flagra, fazendo a maior festa já vista, e tomassem um susto quando me vissem, mas logo eu começaria a rir, e eles veriam que está tudo bem. Então, eles colocariam um colar havaiano em mim, e eu entraria na festa.
         Tudo era possível lá dentro. Fico brava quando dizem que é um quarto. Não é um quarto, é um lugar mágico, todos os lugares do mundo se juntam lá dentro, pode ser uma praia, um deserto. Ele é exatamente o que você precisa naquela hora.
         


(Tema: Crônica de recuperação)

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